sexta-feira, novembro 20, 2009

Manifesto

Porque lutamos por um ensino público, gratuito e de qualidade encarado como enriquecimento individual e colectivo.

Porque reivindicamos o livre acesso ao conhecimento e um ensino não orientado pelo mercado de trabalho onde a educação não seja mercadoria.

Porque nos recusamos a aceitar as políticas neoliberais autoritárias e repressivas impostas pelo Estado e as suas repercussões nas Universidades como a implementação do processo de Bolonha e a progressiva privatização do ensino superior.

Porque consideramos as prescrições uma forma de punição sobre as/os estudantes.

Porque somos contra as medidas do RJIES que acabam com a universidade democrática, impondo uma nova organização nas universidades com a implementação do novo Conselho Geral da Universidade onde há a representação de órgãos externos em detrimento da perda de representatividade das/os estudantes.

Porque lutamos pela auto-gestão das instituições de ensino e reivindicamos o final de uma organização e gestão hierarquizadas.

Porque reivindicamos uma co-educação, anti-patriarcal, laica e contra quaisquer outros grupos de pressão.

Porque as políticas neoliberais impostas pelo Estado não afectam só as/os estudantes mas a sociedade em geral promovendo injustiças e desigualdades sociais.

Porque nos recusamos a aceitar políticas autoritárias e repressivas.

Porque recusamo-nos a ser governadas/os por quem não nos quer ouvir.

Porque não podemos consentir que nos suprimam as liberdades individuais e colectivas.

Porque não queremos regressar ao passado autoritário e repressivo.

As vozes não se podem calar frente às sucessivas medidas políticas que nos usurpam direitos essenciais e instigam a injustiça e desigualdades.

Continuaremos a ser insurgentes.
Continuaremos a desobedecer.
De escravas dóceis do capital a lutadoras conscientes pela liberdade.

Este manifesto foi feito para ser distribuído na Manifestação de 17 de Novembro de 2009 em Lisboa organizada por algumas associações académicas do país, lamentamos que tenham apelidado esta manifestação de "Marcha pelo Ensino superior" nomeação que transparece sem dúvida a ambiguidade das posições políticas destas associações, principalmete a da associação académica de coimbra, na qual não nos revemos considerando que a nossa demanda principal para o ensino superior é a luta por ensino público, gratuito e de qualidade liberto de uma visão mercantilista e economicista,esta associação nesta "marcha"e em toda a sua actividade sob o comando da direcção geral dizem não ser contra, mas por mais financiamento, acção social e ensino de qualidade, deixando de lado a luta contra as propinas e bolonha , bem como a defesa de um ensino público e gratuito, de facto não consideramos que defendam realmente os direitos das/os estudantes, por estas razões e por muitas outras mais resolvemos escrever este manifesto no sentido de expressar a nossa revolta e resistência contra o neoliberalismo emergente nas políticas dos Estados, incluindo o Estado português, que afectam não só as/os estudantes MAS MUITAS MULHERES, HOMENS E CRIANÇAS QUE DIARAMENTE TENTAM A SOBREVIVÊNCIA NUM MUNDO DE MISÉRIA E INJUSTIÇAS...Consideramos que as/os estudantes devem ter consciência da sociedade em que estão e estar implicados na luta por um mundo mais justo, igualitário e não apenas preocupados com os seus próprios interesses comportando-se como um grupo elitista à parte da sociedade e da política.......