quinta-feira, outubro 20, 2005

Assédio: a violência no quotidiano

ASSÉDIO: A VIOLÊNCIA NO QUOTIDIANO
Fala-se muito de violência, de delinquência, etc, mas cala-se uma das formas mais insidiosas de violência social: o assédio, quer se "limite" ao assédio psicológico, quer se revista também do ainda mais odioso aspecto de assédio sexual (que também é um assédio psicológico), está a tomar proporções alarmantes neste país.
Muitas das suas vítimas sentem-se oprimidas e intimidadas pelos seus patrões e superiores hierárquicos, calando e sofrendo em silêncio de preferência a correrem o risco de perderem o (mísero, mas indispensável) ganha-pão.
É necessário denunciar, expor e fazer campanha para parar com estas práticas fascistas nas empresas e serviços.
Existem maneiras de se agir, como o têm feito grupos de trabalho da CGT de Espanha e noutros países, que se debruçaram sobre o fenómeno, dando aconselhamento concreto às vítimas e orientações de luta e de intervenção ao nível sindical e social. É tempo de nossas/os companheiras/os se erguerem e defenderem os seus direitos e sua dignidade.
O exemplo abaixo relatado com uma grávida é particularmente chocante. De facto, a empresa em causa terá praticamente impunidade, se apenas se deixa a "justiça" seguir o seu caminho. Terá de ser o movimento sindical a denunciar com todas as letras, com o nome da empresa e dos responsáveis directos e indirectos bem expostos e públicos, para que alguma coisa mude.
Deve-se exercer a solidariedade de classe, até ao fim!

«Grávidas são discriminadas em Portugal
ângela marques
Helena, nome fictício, foi vítima de discriminação em função do género, por motivo de maternidade, no seu local de trabalho. O seu processo de despedimento foi um dos 33 relatados à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) em 2004. Como o seu, 24 tiveram um parecer desfavorável por parte da CITE. De acordo com o presidente desta comissão, António Lucas, "as questões relacionadas com a protecção da maternidade são as que mais ocupam a CITE".

Em Janeiro deste ano, a CITE emitiu um parecer desfavorável ao despedimento de Helena por considerar que, "não se enquadrando a conduta da trabalhadora nas normas que prevêem o despedimento e tratando-se de uma trabalhadora grávida, o despedimento configuraria uma discriminação em função do sexo, por motivo de maternidade". Um cenário que não surpreende, diz o responsável, porque "a discriminação resulta do tipo de organização da nossa sociedade, que tem demasiadas ideias feitas".
[...]
»
(retirado do DN online de 13-10-05)