sábado, julho 11, 2015

Semana Negra Gijón 2015

Vim tentar encontrar uma escritora sobre quem estou fazendo minha tese de mestrado. E vou aproveitar e compartilhar a Semana Negra com quem não conhece e está curioso pra saber.
Primeiro vou falar sobre a cidade. Gijón é uma lindeza de lugar, com muitos parques abertos, jardins, com muitas ciclovias, muitos lugares turísticos pra visitar, incluindo um aquário e o melhor: Praia! A parte não tão legal é que a maior parte do tempo é frio ou chove, mas desses dois dias que estou aqui não choveu nenhum ainda! Ainda bem!

Eu que adoro praia, fui lá dar uma olhada e tirar umas fotos. A Maria disse que é uma praia bem feia, cheia de prédios... Não se compara com as praias cheias de prédios que existem no Brasil! Pra mim, é uma praia bem bonita! - Na verdade existem umas 3 praias, mas eu só visitei uma.


Galera contente aproveitando a raridade do sol!

Voltando ao tema da Semana Negra... Cheguei um dia antes, porque achei que conseguiria falar com a Gioconda Belli cedo... Saí de casa antes das 12h, cheguei no lugar onde acontece o evento, não foi muito difícil achar, na verdade. Estou numa casa que é bem pertinho do lugar. E vi que estava fechado... Resolvi dar um rolê pela cidade, almoçar, deixar o tempo passar... Até que pelas 15h voltei e ainda estava fechado: Descobri então que só começaria depois das 17h.

Quando vi pela primeira vez...

Quando vi pela segunda vez...
Enquanto passeava pela cidade, encontrei uns lugares que mereciam uma imagem pra recordação


Detalhe da foto de cima

Enquanto em Coimbra existe a placa de "outras direções" aqui tem um caminho que vai pra todas as direções!
Ou: Todos os caminhos te levam a Roma!

Resolvi voltar pra casa e esperar que abrisse. Cheguei no evento depois das 17h e estava enchendo de gente, havia 3 exposições, pelo menos. Fui olhar duas. A primeira era sobre os confrontos entre espanhóis e a polícia. E, qual foi minha surpresa quando eu descobri que a Espanha ainda tem duas colônias na África! É que nessa exposição também mostrava africanos tentando passar pela vala fronteiriça entre Melilla e o Marrocos. Se você que está lendo não conhece suficientemente a história da Espanha, fique sabendo que Melilla e Ceuta são duas "cidades espanholas" que ficam no continente africano... Além disso havia fotos de protestos contra a lei da mordaça (trad. livre) e da PAH - Plataforma dos Afetados pela Hipoteca. A outra exposição se chama "muyeres del carbón" sobre a luta das mulheres que trabalham nas minas de carvão para que seu trabalho seja mantido, pois é a única fonte de renda da cidade, e se não há outras oportunidades essa é a maneira como essas mulheres se sustentam. Não tenho muito conhecimento sobre isso, na real, estou escrevendo o que vi nas exposições, então se escrevi algo errado diga que eu  venho arrumar! 

As fotos são bem pesadas, principalmente as do grupo da PAH, mas trouxe aqui para compartilhar:


Pessoas tentam entrar em Melilla e Pessoas jogam golf.




Legenda da foto de cima



Algumas fotos não precisam de legendas




 Muyeres de Carbón

















Bem, é isso... Esse post ficou muito longo com as fotos e tudo, então em outro post falo mais sobre a Semana Negra e se consegui entrar em contato com a Gioconda Belli!

terça-feira, junho 17, 2014

Conferência e debate aberto. "Repensando juntas: Do estigma "puta" à exploração/trabalho sexual"

Conferência dinamizada por Ana Periférica.

O trabalho sexual é um dos mais antigos da história e, ainda assim, não deixa de ser um tabu rodeado de controvérsias e estigmas na nossa sociedade. 

Designar alguém como puta não é simplesmente referir-se ao seu trabalho: o significado da palavra carrega muitos outros sentidos, todos eles pejorativos e ofensivos para com a personalidade e o corpo das mulheres, indo muito além da sua atividade profissional. 

 Ao longo do tempo, a luta por direitos laborais e pelo reconhecimento desse coletivo, na sua maioria composto por mulheres, tem sido uma dura batalha. Esquecidas pelos movimentos de luta por direitos do trabalho, viram-se deixadas na informalidade, obrigadas a organizar-se enquanto a movimento de reivindicação específico. 

O tema surge na atualidade com força, principalmente por ter ganho visibilidade em países da América Latina e em Espanha. O trabalho de associações e coletivos no estado espanhol durante os últimos 20 anos tem exigido bases como o reconhecimento das trabalhadoras por parte da cidadania, atenção às necesidades sanitárias e sociais não cobertas pela administração, a luta contra a exploração e prostituição forçada e, mais importante ainda, fomentar a organização autónoma das prostitutas. 

Consideramos assim ser relevante e oportuna a introdução deste debate na sociedade portuguesa de modo a desconstruir a imagem do trabalho sexual e criar um novo entendimento desta área através de relatos em primeira pessoa.